segunda-feira, abril 11, 2005
A peça que faltava no puzzle
Este texto é um apanhado de trechos de um livro da Laurinda Alves, que já li há algum tempo e que não me lembro o titulo (foi-me emprestado). Provavelmente não tem exactamente o sentido original, pois peguei em bocados, baralhei e deu isto.
Numa longa conversa que tive com um grande amigo falávamos sobre esta questão de saber ler os sinais que nos chegam das mais variadas formas e divagámos sobre a nossa incapacidade de, às vezes, os interpretar e perceber se estamos a fazer a opção certa ou errada. Felizmente nem sempre os sinais são equívocos e, a maior parte do tempo, basta-nos ouvir a consciência e dosear algum bom-senso para ter a certeza de que estamos a agir correctamente. Acontece que nas alturas mais difíceis ou angustiantes, é frequente sentirmos algum desnorte e uma necessidade mais profunda de avaliar exactamente o alcance das nossas opções ou avaliar as nossas escolhas. Confrontados com o desfasamento entre o que escolhemos, aqui e agora, e os efeitos posteriores das nossas escolhas, este meu amigo disse uma frase eloquente e tão preciosa que a guardo até hoje: «Gosto de pensar que tudo se passa como num puzzle em que a peça certa encaixa sem dobrar nem forçar». A imagem da peça do puzzle a encaixar sem fazer fricção, sem rasgar, sem ferir e sem magoar os cantos é uma imagem feliz e perfeita para nos ajudar a avaliar a forma como as coisas encaixam na nossa vida. Claro que não está na nossa mão encaixar todas as peças, mas é bom reter esta imagem para os momentos em que está nas nossas mãos decidir. Sentir que a escolha que fazemos nos deixa mais confortáveis, mais alinhados com a nossa verdadeira natureza e mais em paz, é como sentir a peça do puzzle a encaixar. Mesmo que não se trate de uma escolha fácil, o sinal mais evidente será sempre a forma como a escolha nos assenta e as peças encaixam umas nas outras.