segunda-feira, maio 16, 2005
RTP-Açores no seu melhor
Não, não me refiro ao CdG. Sábado à noite num zapping frenético, decorrente duma programação televisiva péssima, por sorte ou azar fui parar à RTP-a. Vejo uma “pichena” a desfilar em biquini, apercebi-me que era um concurso de beleza e deixei-me ficar. A determina altura comecei a desconfiar se não se trataria dum episódio do “gato fedorento”, de tão inacreditável que era o que estava a presenciar. Mas não, era mesmo a eleição da Miss Açores. À parte de 4 ou 5 miúdas realmente engraçadas, as restantes eram dignas de um cenário de terror. Lembro-me particularmente da de Vila Franca do Campo, que sempre que tentava esboçar um sorriso, saia-lhe um esgar, que não tenho palavras para descrever. Como se não bastasse, toda a produção deste desfile de mau gosto, era surreal. Os biquinis pareciam comprados numa liquidação de stock de há 10 anos, desfilados em cima duns sapatos pretos fechados, de tom invernoso. Aliás, sapatos que nunca foram trocados, tendo abrilhantado “modelitos” tipo vestido de seda esvoaçante branco. Não haveria uma única sapataria nos Açores disposta a patrocinar este evento cultural? A designer de moda do Porto, convidada para vestir as concorrentes, deveria repensar a sua vocação - uns vestidos de dama antiga ao estilo de casa de noiva dos anos 70. As representantes da beleza açoriana desfilavam com tal elegância, que por várias vezes fiquei com o coração nas mãos, antecipando um espalhanço a todo o comprido. Tudo isto ao som de uma orquestra, que provavelmente pensou estar contratada para uma cerimónia fúnebre. A determinada altura a Gata Imperatori indignada só dizia, isto não se faz, isto é uma crueldade, olha para aquela miúda, ninguém merece ser maquiado, penteado, vestido daquela maneira. E eu não podia estar mais de acordo, eu que sempre me orgulhei da beleza das mulheres açorianas.