quinta-feira, janeiro 26, 2006
Finalmente o Estado de (des)graça
A eleição para um determinado cargo pressupõe, a escolha dum candidato que tenha, o melhor perfil para desempenhar as funções inerentes ao mesmo. A maioria dos Portugueses, hoje, nem sequer sabe quais são as funções dum Presidente da República, mas mais grave que isso é que os candidatos também não, pelo menos a avaliar pela falta de consenso que demonstraram nesta matéria. Aliás, a ideia que ficou desta campanha é que o PR não tem qualquer função e portanto que a república em Portugal está tão decadente como a monarquia na Europa, onde o Rei é uma figura meramente decorativa. E portanto, se a função do PR é decorativa, não admira que entre a figura de cera do Cavaco e as bochecha do Soares, agora ainda mais descaídas, que Manuel Alegre se tenha posicionado muito bem nestas eleições, até porque, num contexto decorativo, uns saraus de poesia ficam sempre bem. Esta sensação de que Portugal se encontra num limbo, só se agrava com as principais análises políticas que têm sido feitas no rescaldo destas eleições: 1. A esquerda encontra-se fragmentada e a direita não existe 2. Os portugueses já não querem aparelhos partidários. 3. O Eng. Sócrates não é de esquerda mas sim não-direita e o Prof. Cavaco não representa a direita mas sim a não-esquerda.