sexta-feira, agosto 18, 2006

 

Paula Rego vai ter museu em Cascais

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"Espero fazer um museu de histórias e desenhos que seja divertido, despretensioso, vivo, cheio de alegria e de muitas maldades também", disse Paula Rego após a assinatura do contrato de doação e empréstimo de 121 obras à Câmara de Cascais.
A pintora doou 59 desenhos, 34 gravuras e oito litografias e emprestou 16 quadros por um período de dez anos, passível de ser renovado. Serão igualmente emprestados quatro quadros do marido de Paula Rego, o pintor Victor Willing, já falecido. "O meu marido era um grande pintor, muito melhor do que eu", disse a artista caracterizando a obra de Vítor Willing como um "trabalho sublime, cheio de surpresas". Segundo Paula Rego, o espólio doado e emprestado reflecte "mais de 50 anos de trabalho", com a obra mais antiga a datar de 1950 e a mais recente de 2005. As obras emprestadas poderão ser trocadas por outras ao fim dos dez anos previstos no contrato, permitindo a rotatividade do espólio do museu, acrescentou. A artista plástica referiu-se a Eduardo Souto Moura, que concebeu o edifício do futuro museu, como "um grande arquitecto, extremamente original", que criou um projecto para uma casa que será "cheia de mistério e de surpresa".
O edifício, em betão cinza claro, formado por vários corpos fragmentados, terá cerca de 750 metros quadrados de áreas de exposição permanente e temporária, bar, livraria e um auditório para 200 lugares.
Para Paula Rego, Cascais é o local "ideal" para acolher um museu dedicado à sua obra, um "sítio mágico, muito especial", a que está ligada desde os três anos de idade quando foi viver para o Estoril, onde permaneceu até se fixar em Londres, em 1976. "Sou portuguesa, pinto quadros portugueses, mas em Londres, que é uma capital muito diversa, cheia de nacionalidades. Pode-se ser tudo lá", afirmou. O presidente da Câmara de Cascais, António Capucho (PSD), anunciou que "é razoável pensar em dois ou três anos" para a abertura ao público da Casa das Histórias e Desenhos de Paula Rego. O contrato hoje assinado estabelece como prazo máximo para a conclusão da obra três anos e para abertura ao público quatro anos. Para António Capucho trata-se de um "projecto cultural cuja importância transcende Cascais e assume uma relevância nacional". "Tendo em conta o número de espectadores da exposição da Paula Rego em Serralves, no Porto, a minha expectativa é que o museu tenha uma afluência muito regular e intensa", afirmou o autarca. A exposição de Paula Rego em Serralves em 2004 e 2005 estabeleceu um novo recorde de visitantes do museu, com a afluência de 150 mil pessoas. António Capucho quer fazer da zona da Parada "um grande pólo de atracção cultural com eixo na Casa das Histórias e Desenhos de Paula Rego". O perímetro do museu inclui também o Museu Condes Castro Guimarães, o Centro Cultural de Cascais, o Museu de Arqueologia e do Mar, o futuro arquivo histórico municipal na Casa Sommer, o farol de Santa Marta (futuro Museu dos Faróis), a Casa de Santa Maria, do arquitecto Raul Lino, e a Cidadela, que também incluirá um pólo museológico.
"Uma oferta cultural ímpar no nosso país", disse o autarca, sublinhando que o museu dedicado a Paula Rego "será sempre o núcleo mais forte".
A Casa das Histórias e dos Desenhos de Paula Rego custará cinco milhões de euros, uma verba que será assegurada na totalidade pelo programa de investimento e qualificação do turismo, que gere as verbas da concessão do jogo, a que a Câmara de Cascais candidatou o projecto.
In: Sic Online




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