terça-feira, setembro 12, 2006

 

Porque ontem foi 11 de Setembro

A guerra tem evoluído ao longo da história, desde os épicos da luta dos bravos guerreiros, passando pela guerra nuclear, e hoje temos o terrorismo que é muito próximo daquilo que poderá ser a guerra do novo milénio. A sua principal arma é a intimidação, que é altamente eficaz na destruição daquilo que as sociedades capitalistas têm de mais valioso, a segurança.

Um exemplo que eu acho que ilustra muitíssimo bem a estratégia deste terrorismo internacional emergente, foi o caso do “pó branco” que apareceu na correspondência e que se tratava do Bacillus anthracis disseminado através do correio. Na altura, este episódio deixou a população completamente em pânico à custa da sugestão duma guerra biológica iminente, quando na realidade as análises ao pó branco que aparecia nas cartas, revelavam as coisas mais mirabolantes, e na sua maioria perfeitamente inócuas. O requinte de malvadez foi ao ponto de terem escolhido o microrganismo que deu origem aos Postulados de Koch, um dos fundadores da microbiologia e um dos principais responsáveis pela actual compreensão da epidemiologia das doenças transmissíveis.

Penso que, enquanto mantivermos uma visão reducionista do terrorismo e não percebermos que a sua verdadeiramente arma é a ideologia e não a organização, e estivermos convencidos que o combate ao terrorismo, passa pelo triunfo da civilização sobre a barbárie, estamos a cometer um erro de avaliação. As organizações terroristas já não são apenas organizações de guerrilha que atacam alvos aleatórios, são altamente premeditadas, fazem uma guerra de inteligência e motivada por convicções fortes.

Chegou a hora de exercitarmos a capacidade de tolerância religiosa e de justiça social que tanto defendemos nos países ditos “desenvolvidos”.




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